quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ou será que não?

O que me impede de ser livre
É o meu gosto pelo comodismo, as mordomias,
A preguiça em sair da segurança (falsa).
Aqui conheço o chão que piso,
Ali no horizonte à minha frente, que nunca tem fim,
Com os olhos no chão pouco consigo avançar por mim,
Ao olhar para mais longe preciso de orientação.
Tenho o coração ainda preso
Mas sempre desejoso de saber de coisas lá de longe.
Vibra com as aventuras de outros que partiram
Mas aqui se mantém, a fazer contas ao tempo,
A deixar para o amanha que não chega nunca a horas.
São os familiares, os amigos, os planos futuros
De um passado que morre a cada segundo,
Os sonhos que o são apenas, quando à frente
Se materializa aquilo que tenho medo de agarrar,
Que me atrai com um poder quase irresistível.
Já me deram alguns abanões, para acordar desta
Letargia em que me encontrava, mas,
Parece haver sempre um mas a mais,
Tanto que eu queria fazer antes disto,
Isto podia esperar mais um pouco,
Ou será que não?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nada Existe


“És o meu bem; nada existe acima de Ti” – Sl 16,2
Cristo na cruz, que aos nossos olhos passava a maior das humilhações, despojado de tudo, faz mais uma vez uma catequese silenciosa! Sofreu tudo até ao fim, porque sabia que só liberto de tudo poderia ir para o Pai onde receberia a recompensa, a única que desejava realmente, que era encontrar-se com Ele. Eu quero tudo, aqui na terra, em vida, mas nada levarei. Ele nada levava desta vida, agora oferece tudo, àqueles que se aproximam d’Ele.
Se para onde olho “tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos” Sl 16, então o meu coração esta a Ele confiado, tudo o mais são meios para o atingir, não é a eles que estou preso. É um caminho difícil, do desprendimento, mas necessário. Ter o que me pertence, não pertencer ao que tenho ou que desejo ter.